26 de jul. de 2010

Sambaqui em perigo!

Foto: Angelita Brandão.



Carta Aberta da ABS
(Associação do Bairro de Sambaqui)


Você já deve ter ouvido falar da instalação do Estaleiro OSX em Biguaçu e deve se perguntar: O que eu tenho a ver com o que acontece em Biguaçu? Neste caso tudo, pois são nossos vizinhos e como vizinhos: o que acontece na casa de um reflete na casa do outro. Estamos apenas separados por essa linda baía que muitos retiram dali o sustento de suas famílias. Você deve saber, também, que será aberto um canal entre Biguaçu e Sambaqui/Daniela e que este empreendimento bilionário irá trazer mais de 3 mil empregos na sua construção. Diante deste quadro de desenvolvimento para a região, talvez você esteja inicialmente se posicionando a favor, afinal, todos precisamos de empregos e desenvolvimento.

Mas, é de seu interesse conhecer as entrelinhas do projeto, aquilo que não ficou bem explicado, o que não pode ser medido por um modelo matemático, pois segundo estudos da própria empresa, os impactos ambientais serão graves e irreversíveis. Como você mora do outro lado do canal, você será afetado diretamente com as ações devastadoras para viabilidade deste empreendimento. Conheça algumas consequências:

1.  Extinção da pesca artesanal: haverá mortandade de várias espécies de peixe (como o linguado) em função da poluição ocasionada pela dragagem do canal que levará quase 1 ano, com posterior dragagens de manutenção; haverá a impossibilidade de colocação de redes de pesca no canal, onde hoje é desenvolvida a pesca de caceio, em função da passagem exclusiva para navios de grande calado.

2. Extinção da maricultura: a água ficará extremamente turva, com partículas venenosas em suspensão (arsênio e outras) e ainda com possibilidade de contaminação por doenças trazidas nos cascos dos navios, muito piores que a “maré vermelha”.

3.  Abalo do turismo gastronômico: as pessoas procuram Sambaqui e região para comer um peixe, uma ostra e apreciar o mar. O pouco peixe e ostra estarão contaminados e o mar altamente turvo e poluído por óleo e outras substâncias tóxicas, além de queda no valor dos imóveis.

4.  Extinção dos golfinhos da baía norte: haverá quebra da cadeia alimentar (falta de comida) e turbulência das águas então contaminadas, os golfinhos morrerão ou migrarão para longe daqui.

5.  Dificuldade de navegação de barcos de passeio, em função do canal exclusivo para os navios.

6. Boa parte dos empregos prometidos pela empresa não serão ocupados por moradores do local, mas por técnicos que virão de fora do estado. Além disto, segundo a EPAGRI, apenas 50% do potencial da maricultura em nosso estado é efetivo, mesmo assim, a maricultura hoje emprega diretamente 3930 pessoas na produção e indiretamente mais de 9 mil pessoas. Uma vocação econômica que hoje, junto com a pesca, proporciona uma quantidade de empregos superior aos prometidos pela OSX e com o dinheiro sendo reinvestido aqui, não na bolsa de valores.

7. Existem outros locais no litoral catarinense que não sofreriam com tamanho impacto ambiental e social, como Imbituba (zona portuária) e que estão dispostos a receber este tipo de empreendimento.

Se você ainda tem dúvidas sobre o impacto deste tipo de desenvolvimento altamente destrutivo e poluidor, imagine que este estaleiro ficará em funcionamento por apenas 12 a 14 anos, e depois? Miséria, poluição, abandono ou outro investimento ainda mais danoso para as águas calmas da baía: refinarias de petróleo e/ou um Porto? Você já teve oportunidade de conhecer a margem oposta de um Porto? Com certeza você irá encontrar manguezais em extinção, águas contaminadas por óleo e muita sujeira.

Será que Florianópolis precisa realmente deste tipo de desenvolvimento devastador da natureza, irresponsável com nossa vocação turístico-econômica e nossa cultura?

Segundo o Instituto ICMbio do Ministério do meio-ambiente “a implantação do estaleiro OSX, na alternativa locacional proposta, impacta três unidades de conservação federais (Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Estação Ecológica de Carijós), observou-se que o mesmo identifica uma série de consequências irreversíveis e não mitigáveis a estas unidades e a seus objetivos. Ainda pesam contra a instalação do empreendimento no local todos os outros impactos à biota e às comunidades do entorno e a impossibilidade de mitigação de grande parte desses impactos. Por estes motivos o Instituto Chico Mendes (ICMbio) concluiu pela inviabilidade ambiental do empreendimento e recomendou a não autorização na alternativa locacional proposta”.

Por isto, a comunidade do Distrito de Santo Antônio tem a responsabilidade de lutar contra a instalação do estaleiro OSX em Biguaçu. Procure se informar, ler as entrelinhas e as letras pequenas. É a sua vida, da sua família e de seus vizinhos que está em jogo. Tome consciência do problema e decida. Afinal é você quem vai pagar pra ver, ou não.

A ABS convida a todos os moradores da região a esta reflexão. Engaje-se junto conosco na defesa da nossa biodiversidade e qualidade de vida. Poucos lugares ainda possuem o que nós temos, não deixe que gente descomprometida com o nosso lugar mude tão radical e negativamente a nossa vida. Venha debater conosco e ajudar a defender o que nós temos de melhor.


E-mail: absambaqui@gmail.com
Blog: http://www.abssambaqui.blogspot.com/
Telefone para contato: 99162119 / 91353055





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22 de jul. de 2010

Comunidade de Sambaqui diz NÃO a instalação do estaleiro OSX

Preocupados com a ameaça da instalação do estaleiro da empresa OSX em Biguaçu, na Grande Florianópolis, a comunidade do Sambaqui se reuniu ontem, 21.07, para discutir as possíveis consequências do empreendimento.

A reunião foi organizada pela Associação do Bairro (ABS) que contou com a colaboração do Jornalista Celso Martins (titular do Blog Sambaqui na Rede) que através de slides com imagens e texto, mostrou a comunidade, o resultado do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) do empreendimento, focado no impacto da abertura do canal de navegação do estaleiro nas comunidades do entorno da Baía Norte de Florianópolis.

Esse estudo foi baseado no próprio EIA do empreendedor que diz claramente: “por dois anos as espécies nativas da Baía Norte vão desaparecer, dando lugar a espécies invasoras e oportunistas, decorrente da dragagem de um canal de 192 metros de largura por 15 a 17 metros de profundidade.”

Veja o estudo completo no Blog Sambaqui na Rede.



Outro estudo, feito pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão do Governo Federal, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que após criteriosa análise técnica, observou que o mesmo identifica uma série de conseqüências irreversíveis e não mitigáveis a estas unidades e a seus objetivos.

O ICMBio através de nota aos catarinenses, declara ser contrário ao empreendimento no local proposto para sua instalação (Baía Norte), caracterizado atualmente por uma rica biodiversidade e por atividades de maricultura, pesca artesanal e turismo.

Por um lado o empreendimento promete gerar 4000 empregos diretos, de um investimento de mais de R$ 3 bilhões de reais, por outro, vai desestabilizar milhares de famílias que vivem da pesca e da maricultura e, por extensão, os restaurantes, as peixarias e o comércio local.

Após muito debate, a comunidade decidiu não apoiar a instalação do estaleiro, pois sem garantias reais e sem que a OSX assuma os riscos integrais dos impactos negativos de sua operação, não é possível aceitar que a obra seja licenciada.

Comunidade se mobiliza hoje para participar da última audiência pública que acontece em Jurerê Internacional. Ir vestido de preto com nariz de palhaço e apito.

Estavam presentes também na reunião, representantes do Conselho do Pontal da Daniela e Ruy Wolff, membro do Conselho Municipal de Saneamento, que deram seus depoimentos para conter a execução do projeto do estaleiro.






  







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19 de jul. de 2010

Os impactos do Estaleiro OSX




Por Celso Martins

Dragagem do canal de acesso vai acabar com a pesca e a maricultura. Em troca de quatro mil empregos vão desestabilizar dezenas de comunidades com milhares de famílias no entorno da Baía Norte de Florianópolis. Nossas lideranças políticas, no Parlamento e Executivo, agem criminosamente, por ação ou omissão, e escondem os riscos do empreendimento.

leia mais no blog http://sambaquinarede2.blogspot.com/2010/07/blog-post_19.html






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16 de jul. de 2010

Coisas de Maria João e Festa dos Cancerianos no Baiacu

Coisas de Maria João, recebe nessa sexta, dia 16/07 o Duo formado pela cantora Joana Knobbe e pelo violonista e guitarrista Fernando Bailão.

Os músicos desenvolveram uma linguagem própria: moderna, intimista, instigante e muito brasileira. Explorando a originalidade e a espontaneidade, com uso sofisticado de elementos rítmicos e melódicos, irão compor nesta noite um repertório que inclui, alem de composiçãoes próprias, interpretações de MPB, bossa e jazz.

Saiba mais:
Fernando Bailão
http://www.myspace.com/fernandobailaohttp://fernandobailao.blogspot.com/

Jo Knobbe
http://www.acervodeideias.blogspot.com/





e sábado, 17/07, continua a temporada de Choro e Outras coisas...


Grandes mestres do gênero, além de composições próprias e de artistas locais estarão sendo muito bem representados pelo trio.Dois grandes compositores e violonistas 7 cordas - Luiz Henrique Guedes e Raphael Galcer e o Flautista Bernardo Sens apresentarão belíssimo repertório numa execussão ímpar reunindo esses três instrumentistas de primeira numa formação diferente das outras noites.

Horário: 21h
valor: R$ 5,00Local: Coisas de Maria João, o seu café com cultura.Endereço: Rod Gilson da Costa Xavier (geral do Sambaqui), 1172- Sambaqui FlorianópolisTelefone: 48 3209 9562 .Reservas: 48 9107 4457 ou por e-mail coisasdemariajoao@gmail.com mediante confirmação.




E também neste sábado rola a festa dos cancerainos no Baiacu de Alguém com o grupo Samba de Saia e Bendito Fruto.
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 com a camiseta do Baiacu.



Local: Baiacu de Alguém
Rua Padre Lourenço R. de Andrade, 650, esquina com Rua Senador Mafra Santo Antônio de Lisboa - Florianópolis - SC Fones: (48) 3235-1183 ou (48) 9101-1183


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12 de jul. de 2010

REPASTO DE ILHA PARADISÍACA AO OLEO EM MOLHO DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL À MODA DA FLORIDA.

Por Raul Longo


Em breve ninguém precisará ir ao Golfo do México para assistir e experimentar um bom e gigantesco desastre ecológico. Está sendo preparado com bastante dedicação e será servido aqui mesmo, em Floripa.

Não na Florida, Flo-ri-pa! Ou, como carinhosamente chamavam os turistas argentinos: Flório.Chamavam. Não chamarão mais. Afinal, não haverá mais qualquer razão de carinhos. Como Santos, a cidade do litoral paulista que muitos se orgulham por ser o maior e mais movimentado porto do Brasil, onde entram e saem as grandes riquezas da nação.

Mas quem consegue ter carinho por um horizonte de cargueiros e praias de areias tingidas de fuligens e dejetos náuticos?Não confunda Floripa com Florida, nem esportes ou passeios náuticos com o que estamos falando, pois não falamos de windsurfe, barcos a vela, veleiros, escunas e saveiros. Tampouco falamos de iates ou elegantes transatlânticos.

Estamos nos referindo a petroleiros, cargas gigantescas de óleo. Óleo igual aquele do Golfo do México.Calma! Nada de pensar em catástrofes. Aquilo lá foi uma falha técnica na plataforma a kms da costa. Não foi nenhum erro de prospecção da empresa contrata para análise das condições ambientais do local a ser implantada a extração.

Alarmistas já cogitam a possibilidade de ter sido a mesma empresa norte-americana contrata pela OMX para os estudos das condições ambientais do estreito e tranquilo canal marítimo que separa a Ilha de Santa Catarina do continente. Mas afora a idêntica nacionalidade, na verdade ainda não há nada que confirme tal cogitação.

Certo é que, segundo a OMX, os experiente técnicos da tal empresa passaram cerca de 10 meses ou exatamente um ano monitorando todos os movimentos de marés, ventos, correnteza e demais variáveis entre as quatro estações climáticas. E concluíram que o local é propício.Propício a quê? Para mim, quando conheci essa baía norte, achei propício para viver, como tantos outros que também escolheram viver às margens desse canal. Garanto que, como eu, não imaginavam a possibilidade de acontecer o furacão Catarina.

Quem iria imaginar, mesmo com um ou dez anos do mais rigoroso monitoramento, que um dia ocorreria um furacão em qualquer parte do Brasil? Se fosse possível imaginar o vazamento do Golfo do México, a população e o governo da Florida não se arriscariam ao desastre que hoje quase supera a arrecadação de toda a história daquele estado.

Só louco se aventuraria a possibilidade da rabeira do Catarina, como tive de enfrentá-lo aqui! Felizmente não havia nenhuma British Petroleum por perto, mas o amanhã ninguém sabe e já que aqui estou e na natureza ninguém manda nem prevê, apenas me resta rezar a Zéfiro e Euro, os deuses dos ventos de Homero, para que não assoprem minha Tróia do mapa.

Mas saindo da linha das imprevisibilidades catastróficas e quiméricas, vamos ao concreto, real, sólido, firme como o ferro das plataformas petrolíferas a serem construídas pelo estaleiro da OMX nas tranquilas águas do canal da Ilha de Santa Catarina, frigida em fogo alto pelo gourmet Eike Batista.

O aroma exalado promete e já reuniu os primeiros convivas à mesa, lá em Brasília, todos com aquela fome típica de vésperas de eleições. Apreciem a experiência e destreza do maitre! Vejam como conhece os paladares de seus comensais! A ponto de reunir, em perfeita harmonia e numa mesma mesa, aqueles que daqui a pouco estarão acusando ao que for eleito, pela indigestão que previsivelmente provocará o acepipe.

Não! Não voltamos às previsões catastróficas, pois se sabe perfeitamente que os que estão à mesa não correrão esse risco. A congestão ficará por conta dos que aguardam ansiosos e não veem a hora de raspar o fundo da panela dos 3.500 empregos para instalação e 4.000 para operação, prometidos pelo empreendimento.

E o bom anfitrião também promete que aguardará pacienciosamente, com todo affaire, a especialização da população local através de cursos gratuitos oferecidos pela própria OMX.

Não é uma maravilha? Da rede de pesca, das lanternas de maricultura, dos serviços de hotelaria, e outras atividades tradicionais da região; ao cartão de ponto para à solda, o andaime, a aplicação de anticorrosivos, tintas, solventes, aditivos e outros fluídos. Simples assim: aditivos e outros fluídos aqui nas tranquilas correntezas onde se espraiam as águas do Oceano Atlântico, junto a manguezais e estuários, berçário de fauna e flora que faz desta região um paraíso.

O Ministério do Meio Ambiente ainda não decidiu, mas pelo tamanho da fome e voracidade dos nobres e ansiosos comensais, podemos considerar que paraíso já foi. Praticamente já não é mais. Pois paraíso é como dizia meu amigo Polé: “enquanto não pensarem o ambiente por inteiro, não haverá meio algum”.

Da sopa ao mel, faz lembrar os mesmíssimos argumentos em defesa do Floripa Shopping instalado no mangue do Saco Grande com promessas de emprego à comunidade do bairro do Monte Verde. De fato, estão todos lá trabalhando: de faxineiro, guarda noturno, cozinheira, porteiro e atividades similares. Mocinhas bonitas como recepcionistas, vendedoras, promotoras e engravatados gerentes chegam de carro, vindos de bairros menos próximos, como Agronômica, Centro, Canasvieiras, por aí.

De onde virão os técnicos, engenheiros, administradores, especialistas da área que aqui nunca existiu? Os fornecedores, serviços correlatos, terceirizados e demais de instantânea demanda?

São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre. Até da Florida ou qualquer outra parte deste vasto mundo globalizado. Todos convidados ao grande banquete!Alojamento e hospedagem não é problema. É só desengavetar o projeto do prefeito de Florianópolis e vamos lá aos prédios de oito andares em cada praia, à beira-mar. 8? Será pouco. Que tal 12?

E o escoamento do tráfego da população duplicada? Duplica-se a estrada, as avenidas, a Beira Mar. Duplica-se a Ilha! E tome mais aterros, túneis, pontes e viadutos! Afinal, há que se pensar nos desabrigados que chegarão depois dos morros tomados, das novas favelas montadas. E estes retardatários de todos os grandes e abruptos movimentos e concentrações populacionais, precisarão ir pra debaixo de algum lugar.

Em compensação, aumentam as riquezas, as compras, ofertas e procura. Arrecadação e especulação. Novos templos do comércio: lojas, magazines e mega shoppings igualzinho São Paulo, igual Nova Iorque até! Seremos uma Manhattan!

O Floripa Shopping, junto com o Shopping Iguatemi e outros empreendimentos igualmente previdentes como o Estaleiro da OMX, deram na Operação Moeda Verde, com Polícia Federal e tudo. Mas no repasto oferecido pelo Eike Batista, embora todos da mesma quadrilha estejam envolvidos, há novos convidados que garantem a lisura do processo. Se não exatamente isso, ao menos a segurança contra futuros incômodos, pois sabem como são os empreendedores e seus interesses: detestam ser incomodados.

No final da festa, haja detergente para lavar a louça suja! Mas façam a digestão sossegadamente porque a natureza levará alguns séculos ou milênios para limpar tamanha sujeira com a qual teremos de aprender a conviver. E ainda há quem, em defesa do meio ambiente, reclame de uma latinha de cerveja boiando na praia!



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8 de jul. de 2010

INSTITUTO CHICO MENDES (ICMBio) E O ESTALEIRO OSX

NOTA AOS CATARINENSES


Considerando-se as últimas notícias referentes à possível mudança do estaleiro OSX para o estado do Rio de Janeiro em decorrência da negativa do Instituto Chico Mendes (ICMBio) para sua instalação na Baia Norte (município de Biguaçu/SC), vimos por meio deste informar que:


1. O Instituto Chico Mendes (ICMBio) é um órgão do governo federal, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Foi criado em 2007, resultado da reestruturação do Ibama e tem a missão institucional de “proteger o patrimônio natural e promover o desenvolvimento socioambiental”.

2. O Instituto Chico Mendes (ICMBio) é responsável pela gestão de 310 unidades de conservação federais - o que totaliza aproximadamente 78 milhões de hectares - além de 15 centros de pesquisa relacionados à conservação da biodiversidade e ao uso sustentável dos recursos naturais.

3. Nos processos de licenciamento em que ocorrem impactos às unidades de conservação e seus objetivos, ou às espécies ameaçadas de extinção, o Instituto Chico Mendes (ICMBio) é obrigado legalmente a se manifestar.
4. A implantação do estaleiro OSX, na alternativa locacional proposta, impacta três unidades de conservação federais (Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Estação Ecológica de Carijós), por isso a FATMA solicitou a manifestação do Instituto Chico Mendes (ICMBio).

5. Após criteriosa análise técnica do Estudo de Impacto Ambiental, observou-se que o mesmo identifica uma série de conseqüências irreversíveis e não mitigáveis a estas unidades e a seus objetivos.

6. Reunindo a enorme possibilidade de permanente contaminação biológica dos atributos bióticos da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, os indícios irrefutáveis de modificações nos atributos físicos e bióticos da Estação Ecológica de Carijós (ambas unidades de conservação de proteção integral) e os impactos negativos irreversíveis e diretos (inclusive podendo ocasionar a extinção local) do grupo de indivíduos de golfinhos cinza Sotalia guianensis, que foi o objetivo principal de criação da Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, o empreendimento na alternativa locacional proposta torna-se totalmente incompatível com a existência dessas unidades de conservação.

7. Além do acima exposto, ainda pesam contra a instalação do empreendimento no local todos os outros impactos à biota e às comunidades do entorno e a impossibilidade de mitigação de grande parte desses impactos.

8. Por estes motivos o Instituto Chico Mendes (ICMBio) concluiu pela inviabilidade ambiental do empreendimento e recomendou a não autorização na alternativa locacional proposta.

9. Outrossim, cabe destacar que o mesmo Estudo de Impacto Ambiental apresenta outras três alternativas locacionais para o empreendimento, todas no estado de Santa Catarina. E dentre todas as alternativas locacionais, a escolhida pelo empreendedor é, sem sombra de dúvidas, a mais impactante do ponto de vista ambiental, pois gerará impactos permanentes a três unidades de conservação, cada uma com seus atributos bióticos a abióticos únicos, que suscitaram suas criações. Neste contexto, em verdade, torna-se difícil conceber local mais sensível na costa catarinense para a instalação de empreendimento dessa natureza.

10. Diante do exposto, vimos informar à sociedade catarinense que a posição do Instituto Chico Mendes (ICMBio) não é “contra o estaleiro”, ou “contra Santa Catarina”, como vem sendo exposto em alguns meios de comunicação. Somos contrários ao empreendimento no local proposto para sua instalação (Baía Norte), caracterizado atualmente por uma rica biodiversidade e por atividades de maricultura, pesca artesanal e turismo.

11. Ficamos à disposição para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários e reiteramos os compromissos estabelecidos com nossa missão institucional.


APA Anhatomirim
ESEC Carijós
REBIO Arvoredo
Coordenação Regional 09


UNIDADES MARINHO-COSTEIRAS DE SANTA CATARINA
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Rod. Maurício Sirotsky Sobrinho s/n°, km 02, Jurerê.
CEP: 88053-700 - Florianópolis-SC
Tel. (48)3282-1863 Fax. (48) 3282-9002
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5 de jul. de 2010

URGENTE: AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR O ESTALEIRO NA BAÍA NORTE

HOJE (segunda, 5.7), ÀS 10 HORAS, A ALESC REALIZA AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR O ESTALEIRO NA BAÍA NORTE DE FLORIANÓPOLIS.

MAIS INFORMAÇÕES: http://sambaquinarede2.blogspot.com/2010/07/blog-post_05.html





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2 de jul. de 2010

jornalista Celso Martins será homenageado


O jornalista Celso Martins será homenageado, neste sábado, dia 3 de julho, pela equipe do portal Desacato (http://www.desacato.info/), sítio de noticias e análises sobre a América Latina. O motivo é o excelente trabalho que ele vem desenvolvendo como repórter e analista nos seus blogs “Honduras é logo ali” e “Sambaqui na rede”. Celso foi um dos primeiros jornalistas brasileiros a denunciar o golpe em Honduras e tem demonstrado densa vitalidade no seu trabalho textual e fotográfico com relação aos fatos que envolvem a vida da cidade de Florianópolis e da América Latina.

A homenagem faz parte das atividades do lançamento do novo formato do Portal Desacato que estará totalmente reformado a partir do dia 03 de julho. É que depois de quatro anos de expansão contínua, com a chegada de outros colaboradores de vários países de “nuestra América”, a equipe que dá vida ao portal decidiu transformá-lo em um instrumento de comunicação mais ágil, renovado e eficaz, tanto para o leitor como para os cronistas.

Assim, desde este sábado os leitores já poderão notar mudanças no aspecto e na edição, criando um relacionamento mais equilibrado com os internautas. O novo http://www.desacato.info/ terá uma diagramação mais acessível e mais prática para localizar a temática. Também contará com um espaço para a opinião dos leitores depois de cada artigo ou crônica, assim como de um contador de leituras realizadas. Isto permitirá ao conselho editor medir diariamente a aceitação, o aporte ou a dissidência dos leitores frente às posições vertidas pelos colaboradores, para ir conformando um perfil mais amplo, mais diverso e mais preciso do portal. Isto é pensado também como uma forma de intercâmbio e relacionamento entre cada colaborador e seus leitores.


Segundo Raul Fitipaldi, um dos coordenadores, a amplidão do portal não significa diluir ou rebaixar alguns dos pressupostos básicos do projeto de comunicação. “Desacato é e seguirá sendo uma proposta anticapitalista em todos os aspectos. Portanto, não é um espaço aberto a opiniões dos exploradores ou seus serviçais. Eles já tem os grandes meios de comunicação. Nossa voz é e seguirá sendo a da classe que vive ou pretende viver do trabalho, sem diferenciar se trata-se de trabalho físico ou intelectual. Ou seja, uma voz para todos aqueles que o capital explora, margina ou empobrece”.

O lançamento público da nova cara do Desacato, assim como a homenagem a Celso Martins, será no dia 03 de julho, no Espaço Cultural Baiacu de Alguém, em Santo Antônio de Lisboa, com um almoço festivo. Os convites podem ser comprados com antecedência pelo correio: raulfitipaldi@gmail.com


Ou, que preferir é só chegar. A programação começa às 10h. Terá música, com banda ao vivo, e a projeção do filme: De um golpe, Honduras, roteirizado por Raul Fitipaldi, com direção de Pepe dos Santos e Aline Razzera Maciel. O almoço e tudo mais valem 10 reais.


Blog do Celso Martins: http://www.honduraselogoali.blogspot.com/


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